Neste sábado (27), a Defensoria Pública do Rio de Janeiro esteve no Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI-Rio), na Gamboa, para oferecer serviços e prestar orientação jurídica a refugiados e imigrantes do Rio de Janeiro.
Além da DPRJ, o Governo do Estado, a Polícia Federal, secretarias municipais – de Educação, Assistência Social, Saúde e Trabalho e Renda, e organizações da sociedade civil, como SOS Aldeias Infantis, Cruz Vermelha Brasileira, e a PARES Cáritas também estiveram presentes no ‘Rota de Direitos’.
Ao todo, 132 pessoas foram atendidas – destas, 39 participaram da pré-inscrição e 93 se inscreveram enquanto a ação social estava acontecendo. Foram oferecidos serviços de atendimento social e orientação para documentação, além de inclusão no programa de restabelecimento de vínculos familiares e encaminhamentos para matrícula escolar.
O público também teve acesso à vacinação, inscrição no CadÚnico, confecção de currículos, inserção em cadastro de emprego, ao ‘Espaço de Brincar’ para as crianças presentes e a espaços de lazer, com massagens e serviços de cabeleireiro.
De acordo com Gislaine Keppe, defensora pública titular do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ (Nudedh), a iniciativa busca atender, em massa e em um pequeno intervalo de tempo, as demandas desse grupo, que são urgentes.
– Atualmente, não existem políticas públicas específicas para a população imigrante que chega ao estado do Rio de Janeiro, especificamente no município. E a intenção do Rota de Direitos é justamente essa: a de suprir essa falta de serviços especializados em um só dia. Trabalhamos com essa população, a fim de qualificar o serviço aqui prestado._
Outra organização que esteve presente no Rota foi de extrema importância para o público atendido: a Mawon (https://www.mawon.org/), associação feita de migrantes para migrantes, especializada na promoção de direitos e na integração socioeconômica e cultural de imigrantes e refugiados.
Durante a ação, a Mawon ajudou com a mediação intercultural entre os imigrantes e os responsáveis pelo atendimento, para que cada demanda fosse compreendida conforme suas especificidades.
– A mediação intercultural faz com que entendamos a necessidade de compreendermos o idioma dos imigrantes – e isso envolve questões culturais, religiosas e de gênero. A mediação é o que evita conflitos e frustrações, evita a exclusão, o desentendimento – explica Robert Montinard, fundador e líder da Mawon.
Entre os imigrantes que participaram da ação estava Herbert José Paraqueima, venezuelano que veio ao Rio em busca de trabalho – sem nenhuma documentação. Ao chegar à cidade, encontrou Paula Aguiar, comerciante no bairro de Botafogo.
Os dois viraram amigos, e ela acolheu Herbert em sua casa. Angustiada com a situação da falta de documentos, Paula começou a buscar alternativas para que o venezuelano conseguisse sua carteira de trabalho, já que ele havia começado a trabalhar como mecânico e os chefes pediam por algum documento.
Foi assim que os dois chegaram ao Rota de Direitos, dando abertura no processo de documentação, que já foi confirmado. Agora, os dois esperam pelo documento dele.
– Ele está trabalhando, tem residência fixa, precisa dessa documentação. Encontramos a ação através da indicação de muitas pessoas, e conseguimos dar entrada nos documentos, para ele poder trabalhar honestamente. Eu agradeço muito, acho muito legal que as pessoas possam nos ajudar. Eles são seres humanos, e precisam de ajuda – reforça Paula.
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